Dissertação - Diogo Marroni Minasi

Movimentos de massa e evolução morfossedimentar do megadeslizamento do Chuí, Bacia de Pelotas

Autor: Diogo Marroni Minasi (Currículo Lattes)

Resumo

Processos de deslizamento de massa em ambientes marinhos ocorrem a partir degrandes pacotes sedimentares que se movem talude abaixo após a ruptura daestabilidade sedimentar, resultando em depósitos de transporte de massa (MTD).Esses depósitos apresentam diferentes fácies sísmicas de acordo com o grau dedeformação durante o processo de deslizamento. O Complexo deMegadeslizamentos do Chui estende-se por 650 km a partir do talude continental atéa planície abissal na Bacia da Argentina e representa uma extensa feiçãomorfossedimentar encontrada na margem continental sul brasileira. O objetivo desteestudo foi caracterizar as estruturas geomorfológicas resultantes do processo demovimentação de massa do Complexo do Megadeslizamento do Chui, utilizandodados de sísmica de reflexão de fonte sísmica do tipo Airgun. A interpretação dosrefletores foi possível por meio do software IHS Kingdom, com o objetivo de delimitare interpretar a geometria, continuidade, amplitude e formas externas de grupos dehorizontes sísmicos. Os depósitos recentes representam dois deslizamentosprovenientes de porções adjacentes da margem a partir da escarpa de cabeceiradefinida pelo falhamento principal. Macroondulações de sedimentos e canaissubmarinos com diques marginais (levees) situam-se entre os depósitos demovimentos de massa (MTDs). A presença de levees é normalmente associada afluxos hiperpicnais ou correntes de turbidez, frequentes e contínuas o suficiente parahaver o extravasamento dos canais formando os diques marginais. A presença demacroondulações de sedimentos (mudwaves) sugere o retrabalhamento porcorrentes de contorno. Os MTDs representam uma grande desestabilização do talude,envolvendo parte do Cone do Rio Grande, que representa o principal depocentro daBacia de Pelotas. Unidades sísmicas semitransparentes representam a sedimentaçãohemipelágica e apresentam quebras em sua continuidade, representando falhasnormais, sugerindo forças distensivas nas áreas laterais do principal depocentro.Escarpas no talude superior representam áreas potenciais de instabilidade quepodem induzir futuros eventos de deslizamento do flanco sul do Rio Grande Cone. Osgatilhos que podem ter causado os episódios de deslizamento podem estarassociados à presença de hidratos de gás, alta sedimentação e erosão por correntesde contorno.

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Palavras-chave: Morfologia submarinaProcessos do talude continentalEvolução estratigráficaInterpretação sísmicaDepósitos de movimentos de massaContornitos