Tese - Humberto Dias Vianna

Sistema praia dunas frontais, variabilidade sedimentológica, morfológica e suscetibilidade à inundação no litoral norte do Rio Grande do Sul, Brasil

Autor: Humberto Dias Vianna (Currículo Lattes)

Resumo

Esta tese é constituída por três artigos que abordam temáticas relacionadas amorfologia, sedimentologia e suscetibilidade à inundação no litoral norte do Rio Grande do Sul.A área de estudo situa-se entre os municípios de Palmares do Sul e Torres. Modelos digitaisde superfície, produzidos a partir de dados laser scanning - LIDAR, são a base de dadoscartográficos comum aos trabalhos. O primeiro artigo aborda a cobertura vegetal das dunasfrontais. A metodologia utilizada consistiu em demarcar a área de todas as dunas frontais nosmodelos digitais de superfície. A delimitação da área vegetada foi efetuada em imagens desatélite pela técnica de classificação de imagens supervisionada (máxima verossimilhança).Os resultados demonstraram que as dunas frontais da região são bem vegetadas, compercentuais variando entre 40% a 83%. As dunas frontais correspondem aos estágiosmorfoecológicos 2, 3 e 4, sendo o 3 mais frequente. O segundo artigo versa sobre as relaçõesentre sedimentologia e morfometria do sistema praia dunas frontal. Amostras de sedimentosforam coletadas nas dunas frontais, praia subaérea e face da praia em todos os balneários daárea de estudo. As variáveis sedimentológicas determinadas foram tamanho médio do grão epercentuais de areia fina, muito fina e média. As variáveis morfológicas (altura das dunasfrontais, azimute da linha de costa, largura e declividade da praia subaérea) foram obtidas dosmodelos digitais de superfície, já os percentuais de cobertura vegetal correspondem aodeterminado no primeiro artigo. As variáveis citadas foram analisadas, para cada ambienteestudado, pela técnica estatística de componentes principais. Os tamanhos médios dos grãossão: 2,44 (dunas frontais), 2,45 (praia subaérea) e 2,36 (face da praia). Os percentuaismédios são: dunas frontais (6,9% - areia média, 90,1% - areia fina, 3,0% - areia muito fina);praia subaérea (8,0% - areia média, 88,3 % - areia fina, 3,7% - areia muito fina); face da praia(15,6% - areia média, 80,8% - areia fina, 3,4% - areia muito fina). A análise de componentesprincipais dividiu as variáveis de cada ambiente em três grupos (dunas frontais), quatro (praiasubaérea) e seis (face da praia). O terceiro artigo trata da suscetibilidade à inundação dosbalneários estudados. No mesmo são apresentados os dados meteorológicos eoceanográficos de um evento de maré meteorológica ocorrido em 28/10/2016. Também foiavaliado o volume de sedimentos erodidos nos balneários Dunas Altas (Palmares do Sul) eZona A (Cidreira). As altitudes inundadas foram obtidas identificando-se os pontos impactados,registrados em fotos e vídeos, nos modelos digitais de superfícies. As altitudes determinadasserviram para a produção de mapas de inundação com o pacote Simulate Water LevelRise/Flooding (Global Mapper V.15). No evento, a direção dos ventos foi oeste sudoeste e avelocidade chegou a 42 km/h, já as rajadas a 93 km/h. A altura significativa das ondas atingiu9,5 m e a máxima 14,8 m. O nível do Rio Tramandaí chegou a 11,25 m. O volume erodidocorresponde a 0,54 m³/m em Dunas Altas e 3,54 m³/m na Zona A. Altitudes abaixo de 2,30 mforam inundadas e as águas ultrapassaram 200 m além das dunas frontais. Os mapas deinundação demonstraram que os balneários próximos aos Rio Tramandaí e Mampituba são osmais suscetíveis. Balneários mal urbanizados, Costa do Sul e Zona A, ambos em Cidreira, sãosuscetíveis devido a urbanização inadequada no perfil ativo da praia.

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Palavras-chave: Geomorfologia litorâneaLaser scanning - LIDARMapa de inundaçãoMarés meteorológicas