Tese - Arthur Antônio Machado

Estudo dos padrões atmosféricos sinópticos geradores de eventos extremos de altura de onda, intensidade de vento, marés meteorológicas e erosão na costa do Rio Grande do Sul

Autor: Arthur Antônio Machado (Currículo Lattes)

Resumo

A erosão e progradação das zonas costeiras arenosas submetidas a um regime microtidal resultam, principalmente, da interação da oferta de sedimentos e da energia física induzida por ondas e as mudanças do nível do mar. A principal variação sistemática observada em uma série de perfis de praia é provavelmente a resposta às mudanças nas condições de onda. Uma variação que poderia ser resultado de uma única tempestade forte ou espalhar-se ao longo do ano devido à sazonalidade da intensidade das ondas. Tempestades têm desempenhado um papel importante na evolução transgressiva de curto prazo de sistemas de ilhas barreira ao redor do mundo. O litoral do Rio Grande do Sul (RS), sul do Brasil, sofre uma variação sazonal, devido à dinâmica associada com a frequência e intensidade de tempestades. Sistemas meteorológicos como ciclones extratropicais de alta intensidade que ocorrem na região sul do Brasil geram ondas de alta energia, que podem levar um perfil de praia de um estágio máximo acrescivo (mais reflectivo) ao máximo erosivo (mais dissipativo) em poucas horas. Analisando as tempestades que geram ventos e ondas extremas na costa do Rio Grande do Sul, com ênfase na identificação dos sistemas atmosféricos geradores, foi observado um aumento no número de eventos extremos de velocidade de vento para a costa do Rio Grande do Sul ao longo dos últimos 66 anos (1948-2013), entretanto esse aumento não foi verificado para os dados de onda analisados entre 1979 e 2008. Assim foi observado que os principais sistemas atmosféricos geradores de ventos intensos e grandes ondas para a costa do RS são os ciclones extratropicais. Estes sendo formados principalmente, isto é, com sua ciclogênese entre os paralelos de 30°S a 40°S, e com duas trajetórias preferenciais para leste e sudeste. Ambas direções gerando erosão e marés meteorológicas na costa do RS. Em relação à velocidade média de propagação dos ciclones extratropicais a maioria apresentou velocidades entre 20 a 40 km h-1 e em segundo velocidades entre 40 a 60 km h-1.

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Palavras-chave: OceanografiaBrasilErosão costeiraMeteorologiaRio Grande do SulMarés meteorológicasVelocidade do vento